sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis.


Não é segredo que Hollywood prioriza o apelo cultural popular de símbolos como principal fator para desenvolver seus projetos. Antes de qualquer escolha estética (que possa vir a ser interessante ou medíocre), existe a expectativa do retorno financeiro por parte do público que conhece tal símbolo e até pelo público que não é familiarizado. O símbolo do personagem/universo/história se torna apenas uma isca, uma mentira que tais particularidades da obra são de fato singulares, quando na verdade essas estão dissipadas em meio a lugares comuns enfadonhos. Filmes de super heróis ou remakes de antigos sucessos são parte de uma equação onde o resultado é, quase, sempre retorno financeiro garantido. Existe o hype por consumir tais produtos com tamanha ferocidade devido a seu apelo – estendido a outas mídias como jogos, séries de TV, livros, etc - globalizante. Arnold Schwarzenegger como exterminador robô que profere frases de efeito se torna uma imagem publicitária e não cinematográfica. Emília Clarke está lá não como Sarah Connor e sim como Daenerys Targaryen de Game Of Thrones. O Exterminador do Futuro: Gênesis (Alan Taylor) é esquizofrênico em sua estética “Para os fãs da série e para novos expectadores”. E nem me refiro exclusivamente à “Sarah Targaryen”, mas também como o filme lida com sua diegese. Skynet, T-1000, John Connor, dentre vários outros símbolos da série que atingiu seu auge nos dois primeiros filmes de James Cameron, se perdem em meio a um plot apressado em exonerar seus elementos singulares em prol de várias viradas de roteiro. Nada surge como algo esteticamente interessante ou de valor para a narrativa. Diferentemente de Jurassic World, o novo Exterminador é tão estéril que inexiste a consciência de sua própria materialidade e diferentemente de Mad Max: Estrada da Fúria, suas cenas de ação não possuem peso dramático ou são executadas com maestria. Tudo se desfaz nesse filme, estética gritada e entregue de bandeja para quem não consegue viver sem um filme da franquia ou para quem está passando de bobeira na frente do cinema e decide ver mais um filme de ação.

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