sábado, 9 de agosto de 2014

Guardiões da Galáxia


Quando Hollywood é esquizofrênica e sofre de crise de identidade, você sabe o tipo de filme que vai resultar. Guardiões da Galáxia tenta, até demais, fugir de si mesmo e ser algo que não é. De repente, parece que os estúdios da Marvel na pré-produção acordaram e falaram “Galera, não da mais pra repetir a fórmula, vamos mudar essa parada”, porém colocar uma trilha sonora de rock farofa dos anos 80 e um visual old school não representa que o filme irá se distanciar das outras obras do estúdio.

Não existe nenhuma razão para adicionar elementos tão destoantes de outras obras do estúdio, se em seu íntimo Guardiões da Galáxia é um Blockbuster completamente sintomático com o presente. E sendo tão comum a tantas outras adaptações da Marvel, ele possuí: Roteiro meia boca, excesso de CGI e falta de carisma. Essa carência de personalidade pode ser facilmente discordada, mas assistir Star Wars é o bastante para perceber as semelhanças entre seus protagonistas e os de Guardiões da Galáxia. Peter é uma versão mais chorona de Han Solo, Groot é um Chewbacca menos peludo. E Gamora é a Princesa Leia que resiste ao charme do Han Solo até o final do segundo terço do filme. Nada de novo.

De resto, temos uma história atolada de clichês, com algumas cenas carregadas de fluxo de informação para o espectador captar alguma coisa do que se passa na tela grande. E, óbvio, explosões à beça para os amantes da pirotecnia artificial da computação gráfica. Dezenas de mortes, sendo nenhuma delas significantes ou de peso narrativo, ocorrendo para o filme segurar a atenção do espectador. Piadas constrangedoras, com exceção de poucas, aparecem em pontos cruciais na tentativa de desacelerar o ritmo alucinante, mas naquela altura a narrativa já havia se mostrado desinteressante para mim.

É basicamente isso, deve agradar a quem não vive sem uma adaptação da Marvel. Até os nostálgicos por filmes de aventura dos anos 80 podem ter uma opinião diferente da minha. No final, achei chatinho, com uma ou outra imagem bonita, mas que carece de uma falta de personalidade tremenda e que busca em referências saudosistas, como filmes e músicas, uma maneira (falha) de se destacar. Lembrei-me da frase de um amigo durante o filme inteiro, “Um relógio antigo é um objeto charmoso, um relógio novo tentando ser um antigo é algo brega”. 

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